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quarta-feira, 25 de abril de 2012

LADRA


Roubou

Roubou a paz,

O equilíbrio,

A vergonha,

O moral

Roubou o lar,

Os filhos,

Os parentes,

Os amigos.

Roubou o conforto,

A comida,

As roupas limpas,

O sono.

Roubou a fé,

A calma,

O respeito,

O status.

Roubou os planos,

Os sonhos,

A confiança,

O horizonte.

Roubou o sorriso,

A alegria,

A libido,

A vontade...

E porque então, roubando tanto,

Não roubou também saudade e pranto,

E este amor que é a causa da ferida?

E já que para mim não sobrou nada,

Por que não me roubou, ladra adorada,

A vida?...

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